Desde
o pinheiro enfeitado ao presépio, passando pelo bondoso Pai Natal, tudo tem uma
história que remete as crianças para um mundo melhor e cheio de magia. A magia
é essencial, pois acompanha-nos pelo resto da vida, suavizando-a, com a reserva
de fantasias acumulada durante a infância. Na época do Natal, reúna a pequenada
de casa e envolva-as numa verdadeira aventura, ao contar-lhes algumas das
lendas que deram origem às mais bonitas tradições desta data.
1. Lenda do pinheiro de Natal
Autor: Jean-Baptiste Poquelin
Molière
Há
muito, muito tempo, na noite de Natal, existiam três
árvores junto do presépio: uma tamareira, uma
oliveira e um pinheiro. Ao verem o Menino Jesus nascer, as três árvores
quiseram oferecer-lhe um presente. A oliveira foi a primeira a oferecer, dando
ao Menino Jesus as suas azeitonas. A tamareira, logo a seguir, ofereceu-lhe as
suas doces tâmaras. Mas o pinheiro, como não tinha nada para oferecer, ficou
muito infeliz. As estrelas do céu, vendo a tristeza do pinheiro, que nada tinha
para dar ao Menino Jesus, decidiram descer e pousar sobre os seus galhos,
iluminando e enfeitando o pinheiro. Quando isto aconteceu, o Menino Jesus olhou
para o pinheiro, levantou os braços e sorriu! Reza a lenda que foi assim que o
pinheiro – sempre enfeitado com luzes – foi eleito a árvore típica de Natal.
2. Lenda da vela de Natal
Lenda antiga de origem austríaca
Autor desconhecido
Era uma vez um pobre sapateiro que vivia numa cabana,
na encruzilhada de um caminho, perto de um pequeno e humilde povoado. Como era
um homem bom e queria ajudar os viajantes, que à noite por ali passavam,
deixava na janela da sua casa, uma vela acesa todas as noites, de modo a
guiá-los. E apesar da doença e a fome, nunca deixou de acender a sua vela. Veio
então uma grande guerra, e todos os jovens partiram, deixando a cidade ainda
mais pobre e triste. As pessoas do povoado ao verem a persistência daquele
pobre sapateiro, que continuava a viver a sua vida cheio de esperança e
bondade, decidiram imitá-lo e, naquela noite, que era a véspera de Natal, todos
acederam uma vela em suas casas, iluminando todo o povoado. À meia-noite, os
sinos da igreja começaram a tocar, anunciando a boa notícia: a guerra tinha
acabado e os jovens regressavam às suas casas!
Todos
gritaram: “É um milagre! É o milagre das velas!”. A partir daquele dia, acender
uma vela tornou-se tradição em quase todos os povos, na véspera de Natal.
3. Lenda da rosa de Natal
Autora:
Selma Lagerlöf
Na
noite em que o Menino Jesus nasceu, uma pequena pastora, que no monte guardava
o seu rebanho, viu passar alguns pastores e três Reis Magos, que se dirigiam
para o estábulo onde Jesus estava, junto de Maria e José. Os pastores levavam
presentes e os três Reis Magos levavam ricas ofertas de ouro, incenso e mirra.
A pastora ficou triste, pois não tinha nada para oferecer ao Menino Jesus, e
começou a chorar. Um anjo que por ali passava, ao ver tamanha tristeza, passou
junto da menina e, quando as suas lágrimas caíram na terra gelada,
transformou-as em lindas rosas brancas, que a menina, com o coração carregado
de felicidade, rapidamente apanhou e levou como oferta ao Menino Jesus.
4.
História do sonho do Pai Natal
Autor:
J. Letria
Certa
noite, enquanto dormia, o Pai Natal teve um bonito sonho: era véspera de Natal
e todos estavam felizes! Ninguém estava sozinho… Todos tinham família e uma casa
com a mesa pronta para a ceia de Natal, onde não faltava comida farta e
deliciosa. Não havia pobreza, nem ódio, nem guerras. Todos eram amigos e não
havia brigas, palavrões nem má educação… Havia sim, amor, compreensão e carinho
entre todos.
As
pessoas que se encontravam nas ruas, a caminho de casa, cantarolavam
alegremente músicas de Natal, levando as últimas prendas para colocar debaixo
do pinheiro. E o Pai Natal não conseguia deixar de sorrir, de tanta felicidade,
ao ver o mundo cheio de paz, amor e harmonia!
Quando
o Pai Natal acordou e viu que tudo não passava de um sonho, ficou muito triste.
Afinal, só algumas pessoas no mundo eram felizes, capazes de celebrar o Natal
em alegria e paz com os seus, de terem um lar, comida, roupa e amor.
Perante esta situação, o Pai Natal declarou em voz alta: “terei de continuar a
ajudar as crianças e os adultos a terem um Natal realmente feliz! Vou preparar
as renas e o meu trenó, para enchê-lo com presentes e distribuí-los esta noite,
de modo a que, pelo menos uma vez por ano, haja alegria no coração de todos
nós!”
Quando
viu os sorrisos das crianças e dos pais ao verem os seus presentes, o Pai
Natal decidiu manter esta tradição. Continua assim, ano após ano, a cumprir a
sua tarefa, até que um dia possa ver o seu lindo sonho totalmente concretizado.
5. Lenda da flor de Natal
Lenda
antiga
Autor desconhecido
Era
uma vez, uma menina pobre chamada Pepita, que não podia oferecer um presente ao
Menino Jesus na missa de Natal. Muito triste, contou ao seu primo Pedro, que ia
com ela a caminho da igreja. Este disse-lhe que ela não tinha que estar triste,
pois o que mais importa quando oferecemos algo a alguém, é o amor com que
oferecemos, especialmente aos olhos de Jesus. Pepita lembrou-se então de ir
recolhendo alguns ramos secos que ia encontrando pelo caminho, para lhe
oferecer. Ao chegar à igreja, Pepita olha para os ramos que colheu e começa a
chorar, pois acha esta oferenda muito pobre. Mesmo assim, decide oferecê-las
com todo o seu amor. Entra na igreja e, quando deposita os ramos em frente à
imagem do Menino Jesus, os ramos ganham uma cor vermelha brilhante, perante o
espanto de toda a gente. Mais um milagre natalício, que se diz estar na origem
da tradicional flor-de-Natal…
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