O VESTIDO DA SILVIA
ADELAIDE ABREU DOS SANTOS
06/04/2017
Um dia estava a
Silvia batendo perna num bairro de confecções e olhando gulosa as vitrines das
lojas. Eis que visualizou um lindo vestido evasê, encanta-se e o desejo de ter
é superior à razão. Num impulso entra na loja e pede o vestido.
Que tecido! Que
cores! Que modelo! Que caimento! Um sonho de vestido! Pensou: vou ficar
maravilhosa, neste vestido, vai realçar a minha silhueta!
Feliz! Dirige-se ao
provador apressada, antegozando o clímax de menear os quadris e o tecido dançar
em torno deles e de suas coxas, num bamboleado irresistível e dando-lhe aquele
visual estonteante, tão almejado.
Tirou a roupa,
ajeitou a calcinha que se havia enrolado sob a banha da barriga e zás!
Vestiu-se...Mas... Onde estava a leveza do vestido? Seu balanço, seu charme?
Olhou-se no
espelho!... Sentiu-se entalada pelo vestido, como se este fosse o forro de um
colchão. Disforme, inteiriço, colado, melhor dizendo atochado como se fosse o
forro de um colchão. Não havia balanço, só apertava e quando tentou tirá-lo na saia,
grudado que estava feito uma ventosa no seu corpo. Tentou abaixar os braços, de
tão apertado a cava não lhe permitia esse movimento, tentou puxar o vestido, não
conseguia, não deslizava nem um centímetro. Rodou sobre si mesma, como um pião,
buscando uma solução, para descobrir por onde puxá-lo, para se despir, mas
nada!... Apenas ficou tonta e nada de solução!
Recomeçou. Levantou
um braço, mas não conseguia
puxar o vestido, pois como já foi dito, estava muito apertado. Depois de suar tentando se despir de mil maneiras impossíveis, se rendeu e pôs a cabeça para fora do provador, tentando chamar a atendente, mas não havia ninguém à vista. Esperou um pouco e então chamou, como não sabia o nome da atendente, usou o recurso das interjeições: - Ei!, Nada... - Psiu! E nada... Já desesperada, começou a gritar: - Moçaaaa!... Nada! – Por favaooor!... Nada! - Alguém!... por fim apelou para: – Socorroooo! E nada ainda. Entrou em desespero.
puxar o vestido, pois como já foi dito, estava muito apertado. Depois de suar tentando se despir de mil maneiras impossíveis, se rendeu e pôs a cabeça para fora do provador, tentando chamar a atendente, mas não havia ninguém à vista. Esperou um pouco e então chamou, como não sabia o nome da atendente, usou o recurso das interjeições: - Ei!, Nada... - Psiu! E nada... Já desesperada, começou a gritar: - Moçaaaa!... Nada! – Por favaooor!... Nada! - Alguém!... por fim apelou para: – Socorroooo! E nada ainda. Entrou em desespero.
Não se sentia à
vontade para sair do provador, pois sabia da sua triste figura, mas anelava
pelo socorro, pois sozinha não conseguiria tirar o vestido.
Ensaiou sair da
cabine, andar no corredor dos provadores, mas não viu ninguém. O que fazer?
Resolveu esperar um pouco mais, temia qua a loja fechasse e ela ficasse presa
na loja e no vestido de que já era refém... Lá pelas tantas a moça apareceu.
Silvia estava desfigurada, vermelha como um pimentão, suando por todos os
poros, os olhos esgazeados de terror de ficar escravizada ao vestido e à loja.
A moça pergunta-lhe: - Então gostou!? Vai ficar com o vestido? E Silvia diz: -
Só se você não me ajudar a tirá-lo. Morrerei com ele!
A atendente suou
para conseguir tirar o vestido da Silvia, quase desistiu e recorreu a uma
tesoura, mas depois de muitos: - Hum, hum, - Ui, ui, - Ai, ai. Conseguiram
enfim! Ufa! E o vestido saiu ileso.
Silvia olhou-o como
se fosse uma cobra peçonhenta. Vestiu-se com o seu vestidinho e saiu porta a
fora, sem aquele vestido HORROROSOOOOOOOOO....
Conclusão: o
vestido não era para a Silvia!
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