OS BRINQUEDOS DO SÉCULO XX E XXI
ADELAIDE ABREU-DOS-SANTOS
Acordei
ou sonhei com Graham Bell e seu invento girando no meu cérebro. Lembrando de
como era tão importante o telefone no século XX, quem podia tinha telefone,
quem não podia recorria às cabines telefônicas que existiam na cidade de
Lourenço Marques, distantes umas das outras, cerca de 2,5km, cada cabine
dispunha de um aparelho, sempre funcionando, uma lista telefônica e uma caneta
e ninguém depredava, já que não ignoravam a necessidade de tal aparelho e
suporte.
Tenho
que dizer que estamos nos anos 50, a cidade foi planejada desde o século XIX e
assim continuou por muitos anos sob a administração dos portugueses, as
avenidas eram largérrimas e bem arborizadas, com acácias, flamboyants e
jacarandás, eram alcatroadas, com manutenção diária para que não se abrissem
crateras, por causa do calor era uma coisa linda de se ver e apesar do calor de
40º, fresca graças às árvores, que além de embelezar a cidade davam-lhe um
colorido agradabilíssimo. Não preciso dizer que essa cidade mora no meu
coração, foi o meu Éden.
Após
os esclarecimentos vamos ao que passou pela minha mente... Estava não sei por
quê?, fazendo uma digressão sobre as comunicações e lembrei-me que quando era
pequena imaginava como seria bom que pudéssemo-nos ver enquanto falávamos ao
telefone e bingo, eis nos diante desse fenômeno desencadeado pelo Graham Bell: hoje
o celular evolução do telefone, nos dá essa condição, que me parecia tão
improvável, mas desde que o homem pensa em algo a coisa se torna exeqüível...
QUEM
FOI ALEXANDRE GAHAM BELL?
Alexander Graham Bell (Edimburgo, 3 de março de 1847 —
Beinn Bhreagh, 2 de agosto de 1922) foi um cientista, inventor e fundador da companhia
telefónica Bell.
Embora
historicamente Bell tenha sido considerado como o inventor do telefone, o italiano Antonio
Meucci foi reconhecido como o seu verdadeiro
inventor, em 11 de junho de 2002, pelo Congresso dos Estados Unidos, através da resolução N°. 269. Meucci vendeu o protótipo
do aparelho a Bell ‘nos anos 1870.
Bell patenteou o seu telefone nos Estados Unidos no
início de 1876, e por estranha coincidência, Elisha Gray submeteu no mesmo dia
uma outra patente do mesmo género. O transmissor de Gray é suposto ter sido
inspirado num dispositivo muito antigo conhecido como 'telefone dos amantes',
no qual dois diafragmas são unidos por um fio esticado, e a voz é transmitida
unicamente pela vibração mecânica do fio.
A patente de Bell foi contestada repetidamente e
apareceu mais de um reivindicador para a honra e recompensa de ser o inventor
original do telefone. O caso mais importante foi o de Antonio Meucci, um
emigrante italiano, que demonstrou com forte evidência que em 1849, em Havana, Cuba,
tinha experimentado a transmissão de voz pela corrente elétrica. Continuou a
sua pesquisa em 1852 e 1853, e subsequentemente nos Estados Unidos, e em 1860
pediu a um amigo que visitava a Europa que procurasse pessoas interessadas na
sua invenção. Em 1871, Meucci arquivou um requerimento no Gabinete de Patentes
dos Estados Unidos, e tentou convencer o Sr. Grant, presidente da Companhia
Telegráfica de Nova Iorque, a experimentar o instrumento.
A doença e a pobreza, consequência de um ferimento
devido a uma explosão a bordo de um barco, retardaram as suas experiências, e
impediram que terminasse a sua patente. O instrumento experimental de Meucci
foi exibido na exposição de Filadélfia de 1884, e atraiu muita atenção mas o
modelo demonstrado não estava completo. No pedido de patente de 1872 diz que
"eu emprego o bem conhecido efeito condutor dos condutores metálicos
contínuos como meio para o som, e aumento o efeito eletricamente isolando o
condutor e as partes que estão em comunicação. Isto dá forma a um telégrafo
falador sem a necessidade de qualquer tubo oco." Na conexão com o telefone
usou um alarme elétrico.
O reconhecimento oficial de Antonio Meucci como
inventor do telefone só veio em 2002, com a resolução n°. 269 do Congresso dos
Estados Unidos.
Fundação da companhia telefonica
A Bell Telephone Company foi fundada em 1877, pelo
sogro de Alexander Graham Bell, Gardiner Greene Hubbard, que também ajudou a
organizar a New England Telephone and Telegraph Company. Em 1879, a Bell
Company comprou da Western Union as patentes do microfone de carbono (grafite ou
antracite), criado por Thomas Edison. Isto tornou o telefone mais eficiente
para chamadas de longa distância - não era mais necessário gritar para ser
ouvido.
Dom Pedro II, imperador do Brasil, foi a primeira pessoa
a comprar ações da Bell Telephone Company. Um dos primeiros telefones em
residência privada foi instalado no palácio imperial de Petrópolis, sua
residência de verão, a cerca de 65 quilômetros do Rio de Janeiro.
A Bell e a New England fundiram-se em 1879 para formar
a National Bell Telephone Company, que, em 1880 fundiu-se com outras para
formar a American Bell Telephone Company.(Wikipédia:
ALEXANDER GRAHAM BELL)
)
Agora confesso! Fiquei decepcionada,
sempre soube que o inventor do telefone foi Graham Bell, para ver agora que em
junho de 2002, o Congresso dos Estados Unidos, reconhece que o inventor, foi
Meucci. Sinto muito, mas por uma questão de solidariedade e de coerência com as
minhas raízes, segue sendo Graham Bell, já que Meucci não acreditou em si mesmo
e vendeu a Bell o seu experimento e foi este e não aquele, que o transformou em
realidade e até hoje tem sido extremamente útil à sociedade humana.
Inicialmente era movido por uma
manivela, alguém atendia ao chamado e direcionava a chamada para o outro, e as
pessoas se comunicavam com um espia secreto, ouvindo-lhes as conversas e se
este espia fosse fofoqueiro já viu, era um caos na vila...
Depois veio a emancipação e passou a
se usar o sistema de disco, daí se dizer discagem, pois se girava o disco até
cada um dos números desejados. À medida que aumentava a população, aumentava-se
um número. O primeiro número era o da área desejada e os outros compunham a
sequência. O tempo foi passando e criavam-se novos modelos, mas tudo baseado no
disco.
Um dia alguém mais preguiçoso, criou
o teclado que à semelhança da máquina de datilografia, só se necessitava
pressionar os algarismos e lá fomos seguindo com o conforto, mas eis que alguém
inventou a extensão, para poder se movimentar no comprimento do fio, aí veio a
extensão, não mais com o fio, mas com outro, ou outros pontos de telefone. No
comércio para facilitar e não ter muitos aparelhos criou-se o PABX e assim foi
evoluindo o nosso amigo, mas as pessoas sempre insatisfeitas começaram a pensar
em dar-lhe uma nova forma e função...
Então criaram o PET das comunicações,
os primeiros eram gigantes e desajeitados, sendo apelidados de tijolão, mas ele
entrou num SPA e numa Academia, com orientação nutricional e lá vem ele, mais
esbelto, mais gracioso e prático e hoje é a febre de todos, quem é ele? O celular,
ou telemóvel, etc., a partir de então a dois por três quatro pessoas o possuem,
alguns mais de um, dependendo dos fins almejados.
A qualquer lugar que se vá lá está
ele no bolso, na mão, no ouvido, ou no olho e aquele aparelho útil se tornou
hiper útil, pois além de comunicação oral, também tem a visual, podemos ver a
pessoa com quem estamos falando, só isso? Não!
Podemos atualizar-nos lendo as
notícias, podemos fazer pesquisa de qualquer tema que necessitemos com o uso da
nossa cachaça a internet, podemos assistir a jogos de campo, podemos jogar
individualmente, podemos ler livros na tela do nosso pet, podemos escrever,
podemos assistir filmes, podemos fotografar, PODEMOS ATÉ TRABALHAR! Enfim esse nanico dá-nos um
universo de opções realmente!
Consequentemente torna-nos cada vez
mais isolados, o ser gregário de quem nos falavam os antigos gregos, tornou-se
um misantropo e como será o conhecimento de hoje em diante? Será que esse
indivíduo, e aqui é a hora dessas palavras, será que vai saber ouvir, refletir
e crescer???
Será que foi um avanço, ou será que o
fato de não serem usadas regras para o seu uso, será a derrocada da sociedade? Não
seremos mais gregários? Pois não temos mais predadores? Ou o nosso predador é
esse Pet aparentemente tão inofensivo, tão solidário e inseparável?
Saberemos ouvir e ponderar? Saberemos
interagir? Como fica a nossa comunicação, gelada como os pólos, ou tórrida como
os desertos? Será que posso concluir com esta frase de amplo impacto.
ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE!!!
Para onde???
OU