O PASSARINHO
ADELAIDE ABREU DOS SANTOS
Estava eu de
bobeira, olhando o amanhecer, quando recebo a visita inesperada de um lindo
passarinho, que pousou no beiral da minha janela.
Gorjeou para mim de
uma maneira tão alegre e cheia de vida, que me vi embevecida ouvindo-o, encantada!
Contemplei-o e ele
me olhou de volta, inclinando a cabecinha, saltitava e chilreava, parecia
desejar-me bom dia. Tinha uma graça e um garboso possível visualizar nestes
pequenos portadores de alegria. Suas cores eram vibrantes, que pássaro era? Não
sei! Não estudei ornitologia! Mas era belo e sua música embevecedora. Resolvi chamá-lo
de pássaro alvissareiro, pois é portador de alegria e beleza. Este ser
minúsculo encheu meu coração de júbilo e o dia de música.
Comecei então o meu
dia cheia de vigor e carregada de uma energia de alegria e leveza que jamais
havia sentido.
O dia fluiu... e
quando voltei para casa, procurei-o, pensando agradecer-lhe pelo dia calmo e
sereno que tivera, mas ele não estava mais lá, já havia regressado ao seu lar
como eu. Fiquei com uma pontinha de nostalgia, mas logo me recompus, como ficar
nostálgica, após uma recepção matutina tão agradável!? E fui dormir com o som
mavioso de seu canto nos meus ouvidos, com a ajuda da memória.
Ao acordar no dia
seguinte, como de hábito fui à janela e lá estava ele mais uma vez para me
saudar, saudou-me alegremente de novo privilegiando-me com seu canto divino e
eu de novo fui arrebatada por seu feitiço e de novo meu dia transcorreu numa
nuvem de paz e harmonia.
O passarinho,
daquele primeiro encontro, em diante, se constituiu no meu talismã, enchendo a
minha vida de cor, de música, paz e felicidade e ao longo de um bom período de
tempo veio à minha janela encantar-me e alegrar-me, porém um dia não voltou
mais!
Na vida sempre
temos momentos de alegria, de tristeza e de solidão. O passarinho ensinou-me a
encarar esses ciclos, como as estações do ano, e desde então, ouço-o e vejo-o
na minha mente e continuo feliz por ter tido o privilégio de ter conhecido o
seu canto e sua beleza.
A memória é o
melhor dos dons que Deus nos deu, pois podemos armazenar nela a felicidade e
revivê-la tantas vezes quantas quisermos.
SEJA FELIZ....