Pequeno Breviário Shawiano
BERNARD
Shaw
Não há
amor mais sincero que o da comida.
Cabe à
mulher casar-se o mais cedo possível e ao homem ficar solteiro o mais
tempo que pode.
A minha
especialidade é ter razão quando os outros não a têm.
Quando um
tolo pratica um ato de que se envergonha, declara sempre que fez o seu dever.
Quem
nunca esperou não pode desesperar nunca.
Uma vida
inteira de felicidade? Ninguém agüentaria: seria o inferno na terra.
O pior
crime para com os nossos semelhantes não é odiá-los, mas demonstrar-lhes
indiferença: é a essência da desumanidade.
Há duas
tragédias na vida: uma, a de não alcançarmos o que o nosso coração deseja; a outra,
de alcançá-lo.
Os
ingleses nunca hão de ser escravos: eles são livres de fazer tudo o que o
Governo e a opinião pública lhes permitem fazer.
(Jogo de
xadrez) É um expediente tolo para fazer com que pessoas preguiçosas acreditem
que estão fazendo algo muito inteligente, quando estão apenas perdendo tempo.
O lar é a
prisão da moça e o hospício da mulher.
O
martírio... é a única maneira de ganhar fama sem ter competência.
Quem
deseja uma vida feliz com uma mulher bonita assemelha-se a quem quisesse saborear
o gosto do vinho tendo a boca sempre cheia dele.
Não faças
aos outros o que queres que te façam; os gostos deles podem ser diferentes dos
teus.
Neste
mundo sempre há perigo para aqueles que o temem.
Há apenas
uma única religião, embora dela exista uma centena de versões.
Nunca
espero nada de um soldado que pensa.
Sou
abstêmio apenas de cerveja, não de champanha.
Não gosto
de sentir-me em casa quando estou no estrangeiro.
George Bernard Shaw(1856-1950),
polemista e dramaturgo, nasceu em Dublin e iniciou sua carreira como crítico de
artes. Exercitou a ficção e o ensaio, mostrando o poder de fogo da ironia
cortante e a visão do mundo peculiar em que vivia. Consagrou-se no teatro,
deixando clássicos como "A profissão da sra. Warren" (1902) e "Pigmalião"
(1913), esta última, sua peça mais popular, e que, em 1964, deu origem ao filme
"My fair Lady". O autor foi agraciado com o Prêmio Nobel de
Literatura em 1925.